Café Velasquez | Porto

Nos últimos meses o terrível do meu dente que não me dá descanso – acho que já falei disso aqui mais do que uma vez – tem me levado até ao Porto mais vezes do que o previsto (ao dentista, claro está!) e também a uma zona da cidade muito pouco turística, as Antas.  Antas faz-me lembrar fcp e isso não é muito agradável, mas o bairro em si – ao redor da antiga Praça Velasquez – é simpático. Bastante residencial e ajardinado, bairro típico onde se podem cruzar todos os dias com as mesmas pessoas, e onde fica um dos cafés mais conhecidos da cidade, o café Velasquez. É mais ou menos chique parar por lá e pode ser apenas para tomar café, ou mesmo para almoçar. O serviço é óptimo, já se fazem poucos sítios destes com empregados há 30 anos que atendem de olhos fechados, e o prego que comi por lá um dia destes estava óptimo, nem o tal dente teve dificuldade em rasgar a carne de tão macia que estava. Para ser perfeito tinha marchado um fino em vez da 7up, mas estava de carro por isso fica para a próxima.No centro da praça ajardinada tem agora um monumento em homenagem a Francisco Sá Carneiro, primeiro-ministro natural do Porto que morreu num desastre de avião e que nos últimos anos dá nome oficial à praça, acho que nem os portuenses mais devotos da personalidade deixaram de chamar-lhe Praça Velasquez.

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O meu país está de volta!

E pronto, depois de um ano de sucessos surreais, em que já começávamos a achar que eventualmente Portugal tinha sido trocado por um clone – ele foi campeão da Europa, ele era Guterres na ONU, índices económicos que só faziam era crescer, festival da eurovisão…. Aos poucos tudo começa a voltar ao normal.Já insultam o Salvador nas redes sociais, ontem espetaram-nos três e voltamos para casa que isto de conciliar praia e futebol não é fácil, a desgraça de Pedrogão deixou o governo meio à nora (a sorte deles é que ainda há quem dê tiros maiores nos pés). Finalmente reconheço a terra onde nasci.Estava a gostar desta nova versão Maiores do Mundo, mas aquela sensação de peixe fora de água não me largava.Reposta a normalidade, em breve voltaremos à programação habitual 🙂

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Foi assim o São João…

E pronto, depois de na semana passada vos ter chateado tanto com o São João, aqui fica finalmente a reportagem do fim de tarde/noite em questão.  Cheguei à Baixa por volta das 20:00 e o ambiente já estava animadíssimo, ainda se passeava à vontade pela ribeira, mas já havia alguma dificuldade em passar entre grelhadores e manjericos nas ruas mais estreitas dos bairros. Abancamos para comer sardinhas e fêveras, beber umas cerveja, ouvir uma musiquinha, deitar conversa fora e ir animando para a noite que se avizinhava.  No final, e ainda sem saber bem como consegui chegar à ribeira e arranjar um lugarzinho para ver o fogo quase em frente à praça do cubo.  Apesar do atraso (supostamente por causa de uns barcos que ainda não estavam à distância de segurança) o fogo foi bem giro e depois recomeçou a caminhada até aos Aliados onde já só cheguei a tempo do final do concertos dos GNR, depois de ter subido a Rua das Flores quase com os pés no ar. O pessoal não arredou pé e ainda houve DJs, muita música e muito esqueleto a abanar na Avenida.  A noite acabou nas Galerias até os pés pedirem tréguas, eram 5h da manhã, e no sábado andei em modo zombie todo o dia, já não tenho idade para grandes noitadas, está visto. Para o ano há mais!                   Surpreendentemente, ou não, os balões quase desapareceram dos céus, viram-se alguns, mas ainda davam para contar. Quase tudo pessoal civilizado 🙂

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Bairro da Vitória | Porto

Um pouco fora dos roteiros mais turísticos, a zona da Vitória, no centro do Porto, pode passar despercebida aos olhos menos atentos mas tem muita história para contar e um ambiente ainda muito típico, com alma portuense.  A sua principal rua – de São Bento da Vitória – começa na lateral da cadeia da relação, onde está instalado o Centro Português de Fotografia, e acaba no Miradouro da Vitória, de onde saem umas escadinhas simpáticas e super fotogénicas que nos levam até à rua na zona superior do Mercado Ferreira Borges e do Palácio da Bolsa, que já tiveram direito a post aqui no blogue. =&0=& Palácio da Bolsa – Associação Comercial do Porto =&2=& Durante o séc XV esta foi a principal artéria da Judiaria Nova do Olival, criada em 1386 por D. João I e que se manteve até 1496 – ano em que D. Manuel I, por pressão dos sogros, os Reis Católicos, decretou um prazo para que todos os judeus em Portugal se convertessem ao cristianismo ou abandonassem o país. Esta zona estava inserida na periferia da cidade e passava por aqui parte da muralha Fernandina, bem como uma das portas da cidade, a Porta do Olival. Hoje em dia é uma zona super típica da cidade de vielas estreitas e sombrias, com os seus estendais de roupa a secar, sotaque do norte bem carregado e tascas onde senhoras servem vinho a copo e cerveja ao balcão e homens jogam às cartas.  Do Miradouro da Vitória é possível ter uma vista fabulosa para a cidade, sugiro que o visitem em breve, já que fica em terreno privado que consta foi comprado para fazer um hotel e em breve poderá ser privilégio apenas dos seus hóspedes.            

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Cadeia da Relação | Porto

Aproveitando o espírito do São João – ainda vêm aí as fotos da noite -, voltamos por estes dias ao Porto para organizar uma série de posts que estão nos rascunhos há imenso tempo. No fim-de-semana que passei por lá, no Workshop de Escrita de Viagens de que vos falei, tive a oportunidade de visitar o edifício da antiga Cadeia da Relação, mesmo no centro do Porto ao lado do jardim da Cordoaria, da Torre dos Clérigos e da renovada Praça de Lisboa. Claro que nem se contam as vezes que já tinha passado por lá e olhado com atenção para o edifício, mas sempre por fora. Sabia que estava lá instalado o Centro Português de Fotografia, mas sinceramente que tinha sempre imensas exposições de entrada livre não fazia ideia. Uma pena, porque o espaço vale muito a pena. Não podia vir mais a propósito, já que estou a ler um livro dobre o Rei D. Manuel II, último rei de Portugal e filho de D. Amélia, que vim a descobrir nesta exposição gostava de fotografia e tinha um álbum pessoal bem interessante… “Tirée par…” mostra-nos muitas fotografias do dia-a-dia da última família real portuguesa, das grandes caçadas, visitas de estado e viagens ao estrangeiro. Gostei muito de visitar a exposição, que infelizmente acabava nesse dia por isso não terão oportunidade de conhecer.  Mas podem visitar outras exposições temporárias, e conhecer o próprio edifício que vale a pena, nos andares superiores tem a exposição permanente que mostra um pouco da evolução da fotografia e permite-nos entrar em alguns dos espaços mais famosos da cadeia da relação, como a cela onde esteve preso o escritor Camilo Castelo Branco e onde escreveu uma das suas obras mais conhecidas “Amor de Perdição”. Salta à vista a paisagem incrível que podia ver pela janela, para a Sé do Porto e o casario que se estende até à Ribeira e ao Rio Douro – depois de lá estar é mais fácil perceber de onde veio a inspiração. Quando tiverem oportunidade, vão até lá, não se irão arrepender.               

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É hoje a noite mais longa do ano | Porto

Se nunca viram uma imagem como esta que encontram no início deste post, hoje à noite caso tenham oportunidade de ver estarão a presenciar um delito com direito a multa choruda. Eu cá adoro balões de São João e o efeito que deixam nos céus da cidade, mas acho que vou guardar os que tenho em casa para 2018 na expectativa que a fase Charlie volte a começar apenas a 1 de Julho. Muita tinta correu ontem a propósito deste tema, eu percebo que era preciso fazer alguma coisa e que mostrar serviço rápido também ajuda a acalmar os ânimos, mas sinceramente não me parece que seja isto que nos está a colocar em risco. Já vi dezenas (centenas) de balões a serem lançados e claro que há muitos que queimam, mas queimam-se a si próprios e pronto. O fogo precisa de combustível e aquela tripa de papel no ar desaparece com a chama em 30 segundos. Claro que ir lançar balões para o mato é muito estúpido, mas não é por incêndios serem ateados por parvos que atiram cigarros pela janela do carro na floresta que se proíbe o tabaco.  Enfim, é uma imagem gira, uma tradição bonita, mas não vai ser em 2017. Aguentem-se só com o fogo-de-artifício, com os bailaricos, os martelos e o inferno do alho-porro e bebam bastante cerveja que ao fim de algum tempo vão estar a ver mesmo balões que não existem. A fotografia abaixo foi a que tirei ao meu primeiro balão de São João, aqui há uns anos (desculpem lá a qualidade da coisa, mas a câmara do telemóvel que na altura parecia incrível, hoje já não é lá grande coisa.). Deixo-vos ficar com ela para desejar que se divirtam e dizer que talvez nos encontremos na Baixa ou na Ribeira hoje à noite. Vamos lá ver até que horas aguenta quem acordou às 07:00 para trabalhar 🙂 Have fun!

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Roteiro pelo centro histórico | Braga

Tive há pouco tempo oportunidade de voltar a Braga e constatar que a cidade está a ficar mesmo animada, jovem e com um ambiente óptimo. Tirando os dias de imenso calor do Verão (gente, quando dá para aquecer aquilo não se recomenda nem ao pior inimigo, ahah) é uma óptima opção de passeio. Eu diria que o centro de Braga está a tornar-se uma mini Baixa do Porto, com lojas, cafés e restaurantes muito fixes, modernos e giros, mas sem os milhares de turistas que já invadiram o Porto – apesar de também já não ser o segredo mais bem guardado de sempre. Braga está a virar moda.

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Imprescindíveis de São João | Porto

Diz que é já no final desta semana que chega mais uma noite de São João. Celebrada um pouco por todo o país, a festa que não podem mesmo perder é a do Porto. Ser a mais fixe de todas é relativo mas a maior é com certeza e isso já é motivo para lhe darem uma oportunidade.=&0=&

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Um dia triste | Portugal

Os meus planos para o post de hoje passavam por lembrar, a propósito da estreia de Portugal, ontem na Taça das Confederações, que há um ano estava em Paris para assistir ao segundo jogo de Portugal na fase de grupos do Europeu, com a Áustria. E que apesar de termos obtido um mísero empate a zero golos tinha sido o início de uma caminhada gloriosa. Mas depois de tudo o que passou neste fim de semana é impossível não lembrar o que alguém um dia disse e que “o futebol é (mesmo) uma das coisas mais importantes mas dentre as menos importantes da nossa vida”. Podíamos até ter ganho o jogo que neste fim-de-semana ninguém iria vitorioso a lugar nenhum. No sábado, já tarde da noite, quando vi em directo as imagens a partir das quais se obteve esta fotografia, percebi que as piores notícias ainda não tinham chegado. O despertar no domingo trouxe a confirmação.A sensação de impotência perante o ocorrido é o mais assustador. O país mobilizou-se e isso foi bonito de ver mas esperemos que nunca venha a ser necessário repetir.

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