A minha viagem a Lanzarote não foi nos últimos meses, na verdade não foi sequer no último ano. Estive na ilha que acolheu Saramago em Outubro de 2022 mas por um ou outro motivo, o relato ficou sempre adiado. Vim de lá rendida, talvez por isso quis “guardar” para mim durante tanto tempo a sensação de bem estar e tranquilidade que trouxe. A ilha serena proporcionou um dos melhores períodos de descanso que me lembro, apesar dos passeios e visitas diárias. Por entre praias de água temperada e vulcões extintos, aqui fica uma sugestão de o que visitar em Lanzarote.
Onde se alojar e como se locomover?
Lanzarote não terá muito mais do que 60 km de ponta a ponta, portanto não é especialmente relevante onde vão ficar alojados para que seja possível visitar a ilha em toda a sua extensão sem grande dificuldade. As zonas de Puerto del Carmen e Costa Teguise são as que concentram a grande maioria dos alojamentos, com tudo o que de bom (fácil acesso a todo o tipo de serviços e opções de alimentação) e de mau (bastante mais massificado em termos turísticos) que isso tem. Uma boa opção pode também ser o extremo sul da ilha, região da Playa Blanca. A minha eleição – que escolheria de novo mas que não recomendo para quem quer focar no fator praia – foi escolher um dos pequenos pueblos do interior da ilha. Eu fiquei alojada em Yaisa, mas as simpáticas vilas de Teguise ou de Haria também seriam ótimas opções.
Dito isto, e a não ser que vão exclusivamente fazer praia e fiquem alojados a uma distância aceitável da praia duma das zonas mais turísticas da ilha, alugar carro é a melhor opção para circular pela ilha. A gasolina está disponível a preços muito simpáticos para quem vem da Europa continental (na época paguei cerca de 1,25 euros/L), as estradas são boas e há ligações rápidas a todo o lado.
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Outras opções de alojamento:
Dia 1, começando pelo Sul de Lanzarote








- Explorar o Parque Natural los Ajaches (paga-se entrada, menos de 5 euros) mas vão encontrar aqui algumas das praias mais bonitas da ilha, onde vale a pena passar umas horas. Conduzam até ao parque de estacionamento da Playa Papagayo, provavelmente a mais famosa, apreciem as vistas e desçam para a praia que fica à vossa direita. Bastante maior e excelente para ir a banhos de sol e de mar.
- Dependendo da tábua de marés, a visita a Los Charcones deverá ser de manhã ou de tarde (procurem a maré baixa). Esta será a única zona onde as indicações são fracas, e apenas o goggle maps vou vai ajudar a dar com o local. Vão ter de conduzir em terra batida, mas estão no caminho certo. Procurem um grande edifício abandonado pensado para um empreendimento turístico e estacionem aí. Para chegar efetivamente aos charcones terão de descer o trilho pela falésia, trepando algumas rochas, não é possível com mobilidade reduzida, escolham os sapatos adequados, chinelos de meter o dedo podem não ser a melhor opção. Mas o cenário, quando chegarem às piscinas naturais, vale o esforço.
- A caminhada até ao topo do Vulcão Montaña Roja pode não parecer para principiantes, mas se eu consegui chegar lá cima, voces certamente conseguirão também sem precisarem de uma forma física invejável. Estacionem o carro na zona indicada no mapa e vão ver os trilhos por onde começar a subir. Uma vez lá em cima podem circular em redor da cratera do vulcão e admirar a vista a 360 graus. Evitem as horas de maior calor.
A ponta sul da ilha, conhecida por Playa Blanca, é bastante turística e tem algumas praias interessantes que podem visitar. Recomendo aqui três atividades que valem a pena:
Dia 2, a paisagem vulcânica.










Esta zona do centro sul da ilha foi fustigada pela erupções mais recentes, por isso é onde a paisagem vulcânica é mais óbvia, e conduzir pelas suas estradas é por si só um passeio que vale a pena. Ainda assim há umas série de pontos que não podem perder enquanto andarem pela região.
- A lagoa verde de Los Hervideros, na região de el Golfo. Parece uma paisagem saída de um filme noutro planeta, a caminhada é muito curta para lá chegar e está ao alcance de qualquer um. Na vila adjacente, há uma boa oferta de pequenos restaurantes a poucos metros do mar onde comi as melhores lapas da viagem. Tomem nota para chegar lá com fome.
- A pequena vila de Yaisa é uma das mais tradicionais, com a mesma traça que as vizinhas Teguise ou Haria, mas muito menos invadida pelo turismo. Vale a pena parar por lá e fazer uma visita ao famoso Bar Stop, um tasco tradicional onde há petiscos a qualquer hora do dia e a clientela habitual com um copo de vinho na frente.
- O Parque de Timanfaya não pode ser visitado de forma autónoma pelo ceu interior, recomendo que passem no Centro de interpretação, onde podem conhecer um pouco melhor a história geológica da ilha e informar-se sobre as visitas ao interior do parque e ao topo do vulcão. Li vários relatos contraditórios sobre se este passeio valeria mesmo a pena e resolvi não fazê-lo. Se decidirem diferente, contem-me como foi.
- Em vez disso percebi que queria mesmo fazer o trilho e entrar no Vulcão El Cuervo, e foi um dos meus favoritos da viagem. O pequeno vulcão extinto ficou famoso pela fotografia que Saramago e Pilar tiraram na sua visita e posso dizer que escolheram o local certo para promover a ilha. O trilho é simples e sem declive, uma das laterais do vulcão tem uma fenda, pelo que conseguem entrar sem ter de subir ao topo e têm a oportunidade de estar mesmo no seu centro, no interior da cratera. É uma experiência incrível.
- Não percam ainda a estrada de La Geria, onde podem ver por quilómetros a fio as plantações de vinha tradicionais desta zona vulcânica. Há algumas adegas ao longo da estrada onde podem parar para uma prova.
Dia 3, arte e cultura em Lanzarote










Ilha adotada por José Saramago, Lanzarote é também a terra natal do espanhol César Manrique, e a sua obra está espalhada por toda a ilha. A sua arquitetura e design enquadra-se (e mimetiza) a natureza que a envolve e permite desfrutar do que de melhor Lanzarote tem para oferecer. Não visitei todos os pontos turísticos ligados ao artista, mas destaco como impredíveis o famoso Jardim dos Cactos, bem como a sua Casa-Museu na localidade de Haría. Apesar de não ter visitado por dentro, a paisagem natural nos arredores da Cueva de los Verdes e dos Jameos del Agua tambem vale muito a pena, vulcânica como toda a paisagem em Lanzarote, já tem mais anos após a última erupção, o que lhe confere um aspecto dramaticamente diferente da paisagem da zona de Timanfaya.
Podem ainda incluir no roteiro o Museu Lagomar e a Fundação César Manrique.
Por fim voltamos ao ponto inicial: José Saramago. A Fundação José Saramago, liderada pela sua mulher Pilar, transformou aquela que foi a sua casa em Lanzarote (na povoação de Tias) num pequeno museu dedicado ao Prémio Nobel Português. É possível encontrar muitos ambientes ainda como se encontravam quando o casal morava lá. Podem circular pelos diferentes cómodos, aceder ao jardim, à biblioteca e comprar alguma das obras do escritor. Recomendo a visita, vão facilmente perceber o porquê de se ter mudado permanentemente para a ilha.
Dia 4, terminando no Norte de Lanzarote






Por fim, o norte da ilha. Confesso que não foi a região que mais me agradou no seu conjunto, apesar de ter alguns pontos que acho que vale a pena não perder. Mas vão e vejam com os vossos próprios olhos, e venham contar-me as conclusões.
Na costa ocidental da ilha, num recorte a norte, vão encontrar a famosa Playa de Famara, não como estância balnear de eleição, porque os ventos aqui são poderosos, mas por isso mesmo como destino predileto para praticantes de desportos como o surf e o windsurf. A aldeia, outrora de pescadores, de pequenas casas caidas de branco e pé na areia compõem um cenário bonito.
A aldeia de Teguise, no centro da ilha, é outro dos pontos que acho que não devem perder, preserva o seu aspecto tradicional e está repleta de pequenos comercios de artesanato, cafés e restaurantes, assim como alojamentos simpáticos. Longe da escala massificada que algumas zonas costeiras já apresentam, transformou-se num local agradável para turistas e atrativo para nómadas digitais.
Por fim, na extremidade norte da ilha onde recomendo que parem no Mirador del Rio (outra obra de César Manrique). Não precisam de pagar bilhete para usufruir do que de melhor o local tem para oferecer, as vistas para a ilha da Graciosa. A caminho deixo ainda a sugestão de visitar as piscinas naturais de Punta Mujeres.
Dia Extra – visita à ilha de Graciosa
Se tiverem um dia extra na ilha, sugiro um passeio que não fiz mas que me foi muito recomendado. A visita à ilha de Graciosa. Há ferrys que saem ao longo de todo o dia da ponta norte de Lanzarote. a ilha tem uma pequena aldeia próximo ao cais onde o barcovos vai deixar e onde podem fazer as refeições do dia, e segundo feedback, as melhores praias da região que podem explorar a pé.
Espero que tenham gostado das minhas sugestões de o que visitar em Lanzarote. A ilha oferece ótimas condições para ums férias relaxadas, em família ou a dois. Deixem os vossos favoritos nos comentários.
Outras férias de praia na Europa
(+) Roteiro na Puglia | Itália
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