Este é o segundo artigo de uma viagem realizada em parceria com a PRIO e o blogue 365diasnomundo. Uma tentativa de reprodução do Trilho do Elefante imaginado por José Saramago no livro “A Viagem do Elefante” e que relata de forma romanceada a viagem que o pobre paquiderme, de seu nome Salomão – com origem no Sri Lanka – fez a partir de Lisboa até Viena de Áustria. Nós percorremos o troço português que liga Lisboa à fronteira espanhola no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.
Pouco se sabe acerca do percurso real que o elefante singalês fez – decorria o ano de 1549 – por ordem do Rei D. João III. O relato histórico diz-nos que o rei português decidiu oferecer um elefante ao primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria. A viagem decorreu no Outono e teve como destino a corte do império austrohúngaro, em Viena. Quando Saramago tomou consciencia desta história peculiar – um elefante asiático a cruzar a Europa em pleno século XVI – decidiu escrever “A Viagem do Elefante”. Como homenagem recente e numa tentativa de estimular a economia e o interior de Portugal o turismo de Portugal criou a Rota do Elefante. Esta é a nossa pequena contribuição para divulgar o destino.

Dividimos este percurso em dois, pelo que podem ler a primeira parte do relato no blogue 365diasnomundo, e acompanhar a viagem de Salomão entre Lisboa e a Guarda.
(+) A Viagem do Elefante by PRIO | parte I
Parte II – Entre a Guarda e Figueira de Castelo Rodrigo
Almoçamos na Guarda num dia de nevoeiro cerrado e chuva miudinha. O clima não estava convidativo a passeios, mas imaginamos facimente que entre Outubro e Novembro de 1549, Salomão teve as mesmas dificuldades para cruzar o país. O que já nos custa a acreditar é que possa ter subido até ao centro da cidade – Praça Luís de Camões – onde hoje se encontra a Sé Catedral. O edifício de estilo gótico Manuelino começou a ser construído séculos antes por ordem de D. Sancho II, no entanto só seria concluído no século XVI, precisamente durante o reinado de D. João III. Numa visita à cidade nos dias de hoje, sugerimos que façam um pequeno percurso a pé pelo centro com oportunidade para conhecer não só a Catedral, mas também as ruas e praças adjacentes, com destaque para as Arcadas Quinhentistas da Praça Luís de Camões (Praça Velha), para a Torre da Ferraria bem como para a Torre de Menagem do Castelo da Guarda. Antes de darem por terminada a visita passem pela Porta del Rei, a porta de entrada para o bairro da Judiaria, que merece também uma visita.



Da Guarda seguimos até Mêda, onde visitamos a pequena aldeia de Marialva – uma agradável surpresa nesta surpresa. Classificada como Aldeia Histórica de Portugal, Marialva merece uma visita tranquila. A primeira impressão ao chegarmos foi o silêncio. Enquanto percorríamos as ruas empredadas da aldeia, e subíamos até ao seu Castelo, não nos cruzamos com ninguém – as casas pareciam fechadas, ainda que bem conservadas, ouvia-se o vento soprar e um cão a ladrar ao longe. Dividam a vossa visita em dois, tal como nós fizemos. Na parte baixa da aldeia, conhecida como a Devesa, não deixem de explorar a região em redor do Largo do Toural e do Largo do Terreiro, onde vão encontrar também a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, numa posição peculiar numa encruzilhada de ruas – ela própria quase um quarteirão. Na parte alta da aldeia – onde encontram a Muralha e o Castelo de Marialva – não deixem de explorar as ruelas e passar pelo Cruzeiro, um dos marcos locais. Num encontro inesperado entre o passado e o futuro, descobri um pequeno espaço comercial (metade mercearia, metade bistrô) com uma proposta bem mais moderna que as pedras que o rodeiam, o Pé de Cabra Bistrô – Mercearia Moderna, o prego de de novilho com maionese trufada que eu comi estava delicioso.



A paragem seguinte da nossa viagem foi em Pinhel. Comparativamente uma localidade consideravelmente maior e desenvolvida. Maior que várias sedes de concelho do litoral, a cidade conta com cerca de 3000 habitantes mas uma ótima infraestrutura de serviços. No atual zona histórica, no centro da cidade, podemos encontrar o Castelo de Pinhel, edificado no reconstruído no tempo de D. Dinis e a Muralha que circundava a vila à época. Vale a pena ainda passar pela Praça Sacadura Cabral – onde vão encontrar o Pelourinho de Pinhel bem como a Igreja da Misericórdia e o Mosteiro de São Luís (lado a lado na parte baixa da praça). Há na cidade uma série de Solares e Casas Senhoriais que vale a pena explorar.


Seguindo viagem até à fronteira, a paragem que se seguiu foi na vila raiana de Almeida. Famosa pela sua fortaleza em forma de estrela de doze pontas a vila foi conquistada em 1296 no reinado de D. Dinis. Este Sistema Defensivo Abaluartado é um dos mais impressionantes e bem conservados do país e por isso mesmo candidato a património mundial na UNESCO. Explorar as suas muralhas, fossos e principais portas da vila é o programa principal em Almeida e vai render as melhores fotografias. Dentro da muralha vão encontrar a parte histórica da vila, um conjunto de ruelas simpáticas onde sugiro que não percam a visita ao Castelo e à Torre do Relógio na zona mais alta da vila. Descendo até ao Jardim Público onde se encontra o Coreto, não deixem de passar pelo Terreiro Velho – Antigo Mercado ou pela Praça da Liberdade, onde se encontram os edifícios da Câmara Municipal e do Tribunal de Almeida.
Sugerimos ainda que façam um pausa para o almoço no restaurante Granitus, junto à Porta de São Francisco onde podem fazer uma ótima refeição de comida tradicional portuguesa.


O último concelho na rota do nosso elefante foi Figueira de Castelo Rodrigo, aqui decidimos explorar a aldeia histórica de Castelo Rodrigo, a poucos quilómetro da sede de concelho e a população que provavelmente existiria à data da visita da comitiva real.
No dia em que estivemos por cá – apesar do céu azul e do sol que brilhava num fim-de-semana de Inverno – não nos cruzamos com um único forasteiro. A pequena aldeia, apesar de bem conservada estava praticamente abandonada à sua sorte. Sugerimos que explorem com calma as ruas empredadas que descem desde o Castelo. Passem pelo Largo do Pelourinho e pela Igreja Paroquial de Castelo Rodrigo. Continuem até à zona da antiga Judiaria e não deixem de passar pelas ruínas do Palácio de Cristovão de Moura – homem de confiança do rei espanhol Filipe II, durante o período de ocupação que anteceu a Restauração da Independência em 1640. O Palácio foi parcialmente destruído pela população com a expulsão dos espanhóis pela sua associação ao domínio filipino.
Segundo Saramago foi nesta região que algumas décadas antes, o paquiderme Salomão aguardou pacientemente pelos entendimentos entre os portugueses e a comitiva enviada por Maximiliano para ser autorizado a cruzar a fronteira e seguir caminho até Viena – o seu destino final.



Dicas Práticas
Onde se alojar?
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Como se locomover?
Esta viagem foi realizada em parceria com a PRIO, que oferece soluções de mobilidade estratégicas e económicas para todos. Abasteci o meu Honda a gasoléo com o combustível aditivado TOP Diesel e a raquel e o Tiago conseguiram facilmente carregar o Tesla elétrico que conduzem com o Cartão PRIO Electric. Comodidade em todas as opções.

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